Dele, por Ele, pra Ele são todas as coisas

Gosto de perceber como o tempo dá suas voltas ao meu redor. Quase dançando à minha volta, como se querendo tirar sarro de mim. "Você acha que controla alguma coisa? Você acha que domina alguma coisa? Vamos ver então". E Ele me desafia a não querer controlar, a deixar em Suas mãos, entregar e confiar.

Depois penso sobre o amor. Não amor romântico, amor humano. Se for pra ser por merecimento, não tem sentido. Merecer ninguém merece de verdade. E não amamos por causa, amamos apesar. Ou então não é amor, é conveniência. Se me amaram a ponto de morrer por mim, quem sou eu pra não amar? Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Por fim, penso em paciência. Paciência pra esperar o Seu tempo das coisas. Paciência para não desistir de amar, apesar. Lon.ga.ni.mi.da.de. Nunca deixou de valer a pena. Paciência exige confiança e a confiança vem da intimidade. Então a resposta parece bem clara: invista nesse relacionamento que tudo ficará mais simples.


Já é mais do que óbvio que sozinha não tenho a capacidade nem a força.
Só me falta melhorar da amnésia recorrente e assumir isso como verdade, a cada dia.

One and Only

"Quantas vezes tinha se perdido imaginando todas aquelas coisas? O mesmo número de vezes em que abriu os olhos e tudo aquilo não estava lá. Preparara para si todas as infinitas surpresas que o destino poderia lhe pregar. Visualizara e vivera cada momento, cada conversa, cada olhar, cada fôlego. Ao fazê-lo já sabia que nada daquilo realmente aconteceria. Mas de certo modo, sentia prazer em ver todas aquelas cenas em sua própria mente, de maneira tão perfeita. E se permitia esperar pelo momento em que a realidade realmente a surpreenderia, superando cada um dos quadros que havia criado em sua própria mente"
- Maria Fernanda Ferraz


"I don't know why I'm scare
I've been here before
Every feeling, every word
I've imagined it all"


- Adele

The Scientist

E ninguém nunca havia dito que seria fácil. Ninguém havia dito que não haveria volta para o começo - mas esperava-se que estivesse subentendido. A velha sensação de nostalgia estava de volta, mas dessa vez, não havia dor, nem angústia, apenas um sentimento estranho, como reencontrando um velho amigo.

Alguns sorrisos começaram a lhe ocorrer, tantas recordações ao longo de tantos anos, envolvendo diferentes personagens. Sonhos estranhos (ah, estava certo aquele que disse que eles eram a realização dos desejos), conversas infinitas, piadas únicas. Mas mesmo aquelas que costumavam doer, agora traziam um aroma diferente, um sabor delicioso ao voltarem à cena.

Talvez seja o tempo, talvez sejam pessoas e lugares diferentes. Talvez seja tudo isso e mais aquele detalhe que só aparece depois de muito tempo, quando se olha pra trás e percebe-se que tanta coisa mudou, mas tudo continua do mesmo jeito. Ainda não era chegado o momento de correr sem destino, sem precisar fugir. Mas talvez não fosse preciso, por enquanto.


E ao ter esses pensamentos tão concretos e abstratos ao mesmo tempo, percebeu que na verdade não queria voltar ao começo. Queria apenas, seguir.