Banquinho

E tantas coisas haviam mudado, mas no fim, nada havia mudado. Claro, aparentemente, problema resolvido, ema ema, o mundo seguiu adiante e tudo bem. Mas ainda tinha a impressão de que havia uma leve, sutil conexão. Esperava não esperar, mas ainda sim, sem esperar, esperava.

E achava que também esperava. De maneiras diferentes, coisas diferentes, tempos diferentes. Mas ainda esperava uma reação, ainda queria provocar uma reação. Os efeitos colaterais ainda presentes. Ia se aproveitar deles ou só esperar que o comportamento se extinguisse?

Sabia o que ia fazer, sabia (relativamente) o tempo em que o faria. Tinha dúvidas gigantes sobre ser ou não o certo, mas sentia que era o que devia fazer. É preciso coragem, certo? Só dizer que o banquinho te aguenta sem realmente subir nele não significa nada.

Era hora de subir no banquinho, dar a cara a tapa, jogar a última ficha. E esperar, sem esperar; mas esperando.