Miscelânea (VI)

As mesmas sensações atormentavam novamente. Atormentava mais ainda saber que nada podia fazer - e mesmo assim querer fazer. Irritava não se concentrar em nada. Agredia ter só o vácuo e o silêncio. Se mordia de todos os sentimentos. Se controlava pra não explodir.

Completamente paradoxal. Tantas sensações inundavam... As que lhe atormentavam, irritavam e agrediam. Mas as que faziam sonhar, delirar, viajar, esperar. O tempo de novo e de novo. Maior amigo e maior inimigo. Passando como lhe convém sem perguntar se me convém.

Era o segundo inverno. Um ciclo estava completo. Ansiava em viver outros invernos, primaveras, verões e outonos, num ciclo infindável. Era o que lhe dava forças e ao mesmo tempo angustiava. Naquele momento, nem todas as estações acalmavam. E o pior: sabia que não se acalmaria tão cedo.

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