É, foi um longo e tenebroso inverno. Na verdade, um imenso e escaldante verão. Aqueles tempos em que não acontece nada e acontece tudo ao mesmo tempo; mas quem é que consegue organizar isso em textos? Perdi a conta das vezes em que parei nessa mesma página em que estou agora, olhando a esmo pra tela e as teclas, vendo fotos no google, procurando por onde começar, o que falar das tantas coisas vividas e ao mesmo tempo, como falar?
A verdadeira resposta é que nem eu sei ao certo como. Só sei que voltei à minha vida de viajante e de pensamentos forasteiros, se bem que alguns não passam tão rápido assim. É delicioso voltar pra casa, mas o comichão de continuar vivendo como viajante às vezes fala mais alto. Por que? Ora, algumas coisas simplesmente não tem porquê. São simplesmente assim.
Algumas coisas não precisam de meios e razões. Apenas existem. Pequenas ou grandes, leves ou intensas. Não sei nem quais são as melhores. Sei só as minhas melhores. A minha melhor, ou deveria ser o meu melhor? Definitivamente são essas que encantam, dão graça, cor, nos fazem perder o sono ou sonhar acordados. Que nos fazem esperar por horas e horas mesmo que seja por uma só palavra (ou seriam três?). Quando espero, detesto esperar, mas quando chega, simplesmente vale a pena. Sem precisar de motivo nenhum, apenas é. E viver essas coisas me faz só querer viver mais e mais e mais. Como disse o alguém certo, se é pra morrer, que seja de overdose. Então eu quero overdoses dessas coisas maravilhosamente simples e complexas, meus paradoxos de todo dia. Overdoses de sorrisos, olhares e risadas; de momentos de silêncio, de momentos de barulho. De muita raiva e muita alegria. Porque se for a companhia certa, o alguém certo, vale mil vezes mais a pena.
Longe mas perto, sempre.
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