Ainda no clima das estrelas, deixo esse soneto, o meu favorito...


Olavo Bilac: Soneto XIII De Via Lactea

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las, muita vezes desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Lactea, como um palio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entende-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
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Céu estrelado


Sempre tive um fraco por estrelas. Pra mim é fascinante pensar em quantas elas são, como grãos de areia numa praia... Ou então que só vemos o passado delas, uma história que viajou tantos anos-luz pra chegar até nós. Todo esse brilho me arranca o fôlego.
Olhar pro alto e contemplá-las: aí está algo que eu poderia fazer por um tempo indeterminado sem me cansar. É quase hipnotizante. A imensidão do céu, repleta dos infinitos pontinhos brilhantes...
Elas me fazem pensar em tantas coisas... Na plenitude do Criador, em como Ele brinca com elas em Suas mãos. No olhar de pessoas que estão distantes, ou até perto. Na paz impenetrável que as cerca e que me cerca ao observá-las...
Esse brilho que me inunda... Essa paz que me invade...

Waiting, always waiting...


O tempo é um assunto que me persegue (risos). Mas dessa vez são as esperas. Não, o tempo não consegue correr regularmente. Ele parece acelerar e correr em momentos específicos, exatamente ao contrário do que queremos.
Se um momento merece ser prolongado, durar eternamente, então os minutos aceleram de maneira absurda. Agora, se você precisa encarecidamente de que a semana voe, ou que as horas evaporem, então os segundos se arrastam, lentamente, emendando-se cuidadosamente uns nos outros... E quanto mais esperamos por algo, mais lenta é essa conexão.
E assim ficamos nós, supresos ao olhar pro relógio e ver que "já são" ou então desgostosos ao perceber que "ainda são" (geralmente um minuto a mais do que da última olhada...). É, tempo passando conforme lhe convém. Não se lembra nunca de perguntar se me convém...

Paz


Chega uma hora em que o estágio de "alegria extrema e incontrolável" é superado. Então, vem a paz.
Uma tranquilidade, serenidade, a leveza característica de quando tudo funciona muito bem, obrigado. E do que mais se pode precisar?

"A paz invadiu o meu coração

De repente se encheu de paz

Como se o vento de um tufão

Arrancasse meus pés do chão..."

Bem estar bem

Quem nunca se sentiu absurdamente feliz?
Aquela sensação de leveza e paz, extrema e incontrolavelmente...
Aquele sorriso estampado no rosto sem motivo algum;
Simplesmente acordar de bom humor.
E nada, nada, pode mudar seu estado.
Dançar, saltar, cantar, fazer papel de bobo...
São dias raros, mas que fazem a diferença.
Amo me sentir assim...

Miscelânea (II)

A paz do crepúsculo trocada pela marcação do tempo. Marcando o tempo pelo sorriso. O sorriso que se muda em rosto, volta a sorriso e logo desaparece; depois retorna, alternando-se em fases. O sorriso brilhante estampado no céu a encarar. Continua girando, rindo, dançando; cantando sua canção. Não pode evitar. Mesmo que isso cause bagunça. Mais bagunça. Quase sempre é arrumar a bagunça que o outro deixou. Tentar consertar as impressões erradas. Quem sabe se fosse éter: quase perfeito, quase imóvel. Pena que Aristóteles estava errado... O tempo, o tempo, o tempo. Rendo-me: tudo é mesmo o tempo...

Home


Nessa minha vida de viajante, sou frequentemente lembrada de como é bom estar em casa. Quem já foi morar fora, talvez possa me entender melhor: por mais legal que seja estar em outro lugar, não tem como não sentir falta de algumas coisas, como o cheiro que só a nossa casa tem...
Mas então eu fico a me perguntar: onde é a nossa verdadeira casa? Se eu recorrer à Kimya Dawson, ela dirá que é onde nosso coração está. Chris Daughtry, me dirá que é o lugar ao qual pertencemos. Sim e sim.
É pra lá que sabemos que sempre podemos voltar; onde não importa o que aconteça, teremos um porto seguro. Onde estão as pessoas que realmente se importam conosco e nos amam. O que não significa necessariamente aquele lugar com quarto, sala, cozinha e banheiro. É onde podemos ser exatamente quem somos, sem medo.
Termino com versos do Daughtry, que dizem: "I'm going to the place where love and feeling good don't ever cost a thing; I'm going home."


Amigo Newton


Não, não se preocupe. Não fui atingida por nenhum raio e passei a ser fã de Isaac Newton. Ainda temos nossas diferenças. Eu só estava pensando em uma das suas leis: Lei da Inércia.
Em uma versão bem simplificada (o pessoal de exatas, me perdoe, mas sou de humanas...) diz que: "Todo corpo em movimento tende a permanecer em movimento até que venham forças externas que o tirem desse estado". Meio contraditório, a Lei da Inércia falar sobre movimento...
O ponto é que o ser humano é absurdamente inerte. E acho que nesse caso, um bom sinonimo seria acomodado. Temos o infeliz hábito de só nos movermos, de só tomarmos a atitude quando tudo fica perigoso ou ameaçador demais. Até o momento em que não somo diretamente atingidos, continuamos sentados nos nossos sofás, assistindo TV; ou em frente ao computador, no msn...
Enfim, não podemos esperar eternamente até que "forças externas" venham a nos remover do nosso estado inerte. Vamos tomar atitudes e deixar as sonecas pra pensadores como o amigo Newton...
A foto é uma "singela homenagem" ao ilustre físico. Quem dera tivesse sido uma jaca no lugar da maçã...

Momento aleatório

Seria uma das grandes ironias da vida: se o primeiro cara que fez um transplante de coração tivesse morrido de ataque cardíaco...




Sim, eu sei... mas foi um pensamento repentino em meio à aula de Fisiologia... e, segundo minhas pesquisas, poucas horas depois de Chistiaan Barnard - médico sul-africano a fazer a primeira dessas cirugias - morrer (de ataque de asma), a mídia divulgou exatamente essa notícia...