Banquinho

E tantas coisas haviam mudado, mas no fim, nada havia mudado. Claro, aparentemente, problema resolvido, ema ema, o mundo seguiu adiante e tudo bem. Mas ainda tinha a impressão de que havia uma leve, sutil conexão. Esperava não esperar, mas ainda sim, sem esperar, esperava.

E achava que também esperava. De maneiras diferentes, coisas diferentes, tempos diferentes. Mas ainda esperava uma reação, ainda queria provocar uma reação. Os efeitos colaterais ainda presentes. Ia se aproveitar deles ou só esperar que o comportamento se extinguisse?

Sabia o que ia fazer, sabia (relativamente) o tempo em que o faria. Tinha dúvidas gigantes sobre ser ou não o certo, mas sentia que era o que devia fazer. É preciso coragem, certo? Só dizer que o banquinho te aguenta sem realmente subir nele não significa nada.

Era hora de subir no banquinho, dar a cara a tapa, jogar a última ficha. E esperar, sem esperar; mas esperando.

Adiante

O mundo seguiu adiante.
Lera essa frase tantas vezes nos últimos dias que esqueceu de perceber que o seu próprio mundo seguira em frente. Não foi a única a não perceber isso logo de cara, mas foi a mais rápida.
Os desejos e pensamentos tão conflitantes e paradoxais em si mesmos que desistiu de pensar.
Era mais simples aceitar as explicações mais fáceis; agora era tudo o que conseguia aceitar.
Já não sabia mais, não queria mais, não sabia se não queria.

Queria o produto final, mas algumas vezes esperava que os subprodutos fossem a salvação. Conscientemente não se permitia esperar isso. Mas sabia que no inconsciente essa esperança martelava furiosamente.

Era hora de cortar esse cordão, seguir em frente, seguir adiante. Continuar cometendo os mesmos erros não levaria ninguém a lugar nenhum. A mente sabia disso, o coração ainda se esforçava em acreditar.

A imaginação sempre fora mais rápida que a lógica. O tempo entre a lógica alcançá-la era mais do que suficiente pra machucar. E mesmo que se impedisse de imaginar, não tinha como parar os sonhos e esses traziam à consciência coisas que preferia que ficassem enterradas na inconsciência.

O mundo seguira adiante.
Já era passada a hora de seguir também.
Encontraria sua própria chave, o segredo é a forma de s na ponta, e a porta se abriria.

Já não confiava, já não acreditava.
Não queria nunca mais acreditar.

Miscelânea (IX)

Quase sempre, quase sem querer.
Às vezes mais, às vezes menos; quanto mais, menos.

O tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta agora tinha dificuldades em se manter.
A Lon.ga.ni.mi.da.de não dava as caras há muito tempo.

Surpresas atrás de surpresas, mas já não fazia tanta diferença.
Quase nunca, quase sem querer.

Não sabia e nem queria saber. Deixe que venha, deixe acontecer.
Dos pesadelos e devaneios não se livraria tão fácil.
Deixe ser, deixe estar.

Impossível é o que é.
Mas vai ter que ser possível.
Quase sempre, mais do que por querer.

Dele, por Ele, pra Ele são todas as coisas

Gosto de perceber como o tempo dá suas voltas ao meu redor. Quase dançando à minha volta, como se querendo tirar sarro de mim. "Você acha que controla alguma coisa? Você acha que domina alguma coisa? Vamos ver então". E Ele me desafia a não querer controlar, a deixar em Suas mãos, entregar e confiar.

Depois penso sobre o amor. Não amor romântico, amor humano. Se for pra ser por merecimento, não tem sentido. Merecer ninguém merece de verdade. E não amamos por causa, amamos apesar. Ou então não é amor, é conveniência. Se me amaram a ponto de morrer por mim, quem sou eu pra não amar? Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Por fim, penso em paciência. Paciência pra esperar o Seu tempo das coisas. Paciência para não desistir de amar, apesar. Lon.ga.ni.mi.da.de. Nunca deixou de valer a pena. Paciência exige confiança e a confiança vem da intimidade. Então a resposta parece bem clara: invista nesse relacionamento que tudo ficará mais simples.


Já é mais do que óbvio que sozinha não tenho a capacidade nem a força.
Só me falta melhorar da amnésia recorrente e assumir isso como verdade, a cada dia.

One and Only

"Quantas vezes tinha se perdido imaginando todas aquelas coisas? O mesmo número de vezes em que abriu os olhos e tudo aquilo não estava lá. Preparara para si todas as infinitas surpresas que o destino poderia lhe pregar. Visualizara e vivera cada momento, cada conversa, cada olhar, cada fôlego. Ao fazê-lo já sabia que nada daquilo realmente aconteceria. Mas de certo modo, sentia prazer em ver todas aquelas cenas em sua própria mente, de maneira tão perfeita. E se permitia esperar pelo momento em que a realidade realmente a surpreenderia, superando cada um dos quadros que havia criado em sua própria mente"
- Maria Fernanda Ferraz


"I don't know why I'm scare
I've been here before
Every feeling, every word
I've imagined it all"


- Adele

The Scientist

E ninguém nunca havia dito que seria fácil. Ninguém havia dito que não haveria volta para o começo - mas esperava-se que estivesse subentendido. A velha sensação de nostalgia estava de volta, mas dessa vez, não havia dor, nem angústia, apenas um sentimento estranho, como reencontrando um velho amigo.

Alguns sorrisos começaram a lhe ocorrer, tantas recordações ao longo de tantos anos, envolvendo diferentes personagens. Sonhos estranhos (ah, estava certo aquele que disse que eles eram a realização dos desejos), conversas infinitas, piadas únicas. Mas mesmo aquelas que costumavam doer, agora traziam um aroma diferente, um sabor delicioso ao voltarem à cena.

Talvez seja o tempo, talvez sejam pessoas e lugares diferentes. Talvez seja tudo isso e mais aquele detalhe que só aparece depois de muito tempo, quando se olha pra trás e percebe-se que tanta coisa mudou, mas tudo continua do mesmo jeito. Ainda não era chegado o momento de correr sem destino, sem precisar fugir. Mas talvez não fosse preciso, por enquanto.


E ao ter esses pensamentos tão concretos e abstratos ao mesmo tempo, percebeu que na verdade não queria voltar ao começo. Queria apenas, seguir.

As histórias do menino que nasceu sem coração



See you driving' round town
With the girl I love, and I'm like
Forget you!

-Agora, peguem seus colchonetes e deitem-se...


I guess the change in my pocket
Wasn't enough, I'm like
Forget you!
Forget her too!

-Respirem fundo, deixem toda a tensão ficar do lado de fora...


I said, if I was richer, I'd still be with ya,
Ha, now ain't that some shit? (ain't that some shit?)

-Respirando... Sintam todo o corpo apoiado... Sintam os pontos de tensão...


And although there's pain in my chest
I still wish you the best whit a...
Forget you!


Obs: o menino que nasceu sem coração é um personagem fictício. Qualquer semelhança com andróides infiltrados na raça humana é mera coincidência.

Coral e Catarse

Bom, não faz muito tempo, eu escrevi aqui como a costura pra mim é totalmente catártica (Dicionário Freudiano by Lívia: catarse - processo pelo qual liberamos o que está dentro de nós, como raiva, angústia, alegria e coisas assim). Mas bom, é meio óbvio que eu não tenho uma máquina de costura em São Carlos. E nem sempre sobra uma graninha pra comprar tecidos... Resumindo, tava precisando de outra atividade pra ser minha catarse.

E aí, no final do ano passado veio a brilhante idéia (créditos para a Leninha pela dica) - vou participal do coral da UFSCar! Uai, não é novidade pra ninguém que eu gosto de música e gosto de cantar e lalala e nanana... Pois bem, já era final de ano, não dava mais tempo de entrar, mas adivinha o que eu fiz assim que cheguei aqui nesse ano?

Enfim, a diferença que os ensaios têm feito em mim é praticamente palpável. Eu volto pra casa outra pessoa, apesar das semanas corridas, apesar das loucuras que acontecem, eu volto calma, relaxada, feliz. Eu me divirto, esqueço dos problemas e brigo comigo mesma não porque eu estou atrasada com algum prazo, mas porque eu não estou controlando meu diafragma. Sabe de uma coisa? É um alívio brigar comigo mesma por causa disso... ; )

Heart attack

Acho sempre difícil falar sobre as coisas do coração. Apaixonar-se, ter o coração partido, partir o coração de alguém, viver na dúvida... Mas por outro lado também é um dos meus assuntos favoritos, afinal, confesso, eu sou uma romântica incurável!

Tem muita gente que acha que está sempre se apaixonando pelas pessoas erradas. Que nada nunca dá certo, que vira e mexe, olha lá ela sofrendo de novo - pelas mesmas coisas. Não sei se existem pessoas certas ou erradas, dentro de uma equação individual. Eu sei que colocamos muita intenção em situações que não precisavam de tudo isso.

Eu acredito que apaixonar-se não acontece como um toque de mágica, sininhos ao fundo, fogos de artifício. Atração sim, mas amor? A gente precebe quando vai se apaixonando. E sabe o "tipo de pessoa" que daria certo ou não com a gente. Somos nós que vamos alimentando o que sentimos pelas pessoas - pro bem ou pro mal.

Antes de decretar "Eu só me apaixono pelas pessoas erradas" que tal pensar um pouco a respeito? Eu realmente estou apaixonado(a)? Vale a pena investir tempo, pensamentos e angústia nisso? Se eu sei que essa pessoa não me faria/faz bem, por que eu continuo insistindo nisso?

Como eu disse no último post, seguir as instintos do coração pode nos levar a caminhos deliciosos, mas a razão nos protege, quase sempre, de nos machucarmos além do necessário... Portanto, antes de decretar falência, dê mais uma olhada na situação, talvez ela não seja irreversível e tenha uma solução muito simples: parar pra pensar antes de sair fazendo maluquices por aí, rs...



PS: Pensamentos Forasteiros atentendo a pedidos!! Esse foi o primeiro - sugestões nos cometários ou via twitter!

Razão e Sensibilidade - Parte II

Bom, terminei.

O que dizer? Gostei sim do livro, achei que valeu a pena ter lido, rendeu algumas reflexões... Mas (sempre tem o "mas")... Sabe quando você sente falta de um personagem marcante? Alguém pra se identificar, pra se envolver, ou até mesmo pra detestar? Como em O Morro dos Ventos Uivantes, a história é péssima e o enredo fraco, mas pelo menos eu podia odiar o Heathcliff, rs.


Uma coisa é certa, Jane Austen consegue pegar em nos pontos fracos de muitos de nós, refletindo por meio de diálogos inteligentes e devaneios dos personagens sobre essas características. Em Razão e Sensibilidade, ela trata justamente disso: qual das duas é melhor e mais vantajoso? Agir racionalmente ou seguir os impulsos do coração?


No final das contas os dois caminhos extremos não trouxeram felicidade. Foi quando Elinor se deixou inundar pela emoção e Marianne começou a usar a massa cinzenta que ambas deixaram pra trás as correntes que as impediam de ser plenamente felizes.


Acho que de tudo, foi o que mais ficou: equilíbrio. Em alguns momentos, agir sem pensar pode ter consequências dolorosas, mas o pragmatismo nos impede de ver lados maravilhosos de nós mesmos e das pessoas ao nosso redor.



Próxima parada: A Abadia de Northanger!

Com A Maiúsculo

Atenta ao que se passa ao redor, mas ao mesmo tempo com a sensação de que está se esquecendo de alguma coisa.

No passar do tempo, à espera, o de pulso (sempre cinco adiantado) parecendo não corresponder ao que rege o restante do mundo (sempre certo, sempre perfeito).

Guiada (sempre buscando ser) pela bússola correta, pelo norte que não se altera, o mesmo ontem, hoje e sempre.

Um sonho após o outro; um alívio poder acordar, apesar da ausência de descanso.

Imaginando o que está por vir, e mesmo assim, pacientemente (com muito esforço), esperando ser surpreendida.

Seguindo em frente pra fazer diferente e fazer diferença.

Hoje, amanhã, uma dia; ainda está por vir - e quem sabe, tem seu próprio tempo, todo especial; sigo esperando estar preparada para o que der e vier.

Miscelânea (VIII)

Expectativas. Mas sem saber exatamente sobre o que. Como se olhasse para o relógio, certa de que na hora, minuto e segundo exatos, BibedeBóbideBu. Seguindo em latência, um gatilho sem disparar, esperando.

Semana

Balanço da minha semana de aulas até agora:

Segunda, 14h - Supervisão de estágio - a professora ficou de deixar 3 textos na pasta, deixou 7 e não especificou qual eram os corretos. A aula não levou niguém a lugar nenhum.
Segunda, 16h - Genética - todo mundo esperando o professor (que por sinal se chama Leonardecz - se lê igual "sedex") e aí vem uma moça e cola um bilhete na porta, avisando que não vai ter aula.

Terça, 8h - Psicopatologia - Aula maçaaante, mas uma professora psicanalista usando termos da análise do comportamento valeu a aula. E bom, querendo ou não, essa aula é o mais perto da prática que eu estou tendo.
Terça, 14h - Supervisão de monografia - Minha orientadora está num congresso no Canadá - que ivejinha.
Terça, 16h - Genética - Animador ver o professor olhando pra nós como se fôssemos um bando de chimpanzés. Se bem que, alguns comentários feitos por certos alunos, talvez justifiquem esse olhar desolado.

Quarta, 14h - Filosofia da Psicologia - Professor gênio, mas que fala absurdamente rápido. Eu meio que já desisti dessa aula.
Quarta, 19h - Análise funcional em clínica - professora acabou de mandar um email avisando que não vai ter aula.

Só me restou agora:

Quinta, 14h - Psicologia Social II - ainda estou decifrando essa aula. Mas é legalzinha.


Que semaninha!!! To me sentindo meio inútil aqui em São Carlos. Pelo menos, amanhã deve começar o coral (em breve post a respeito). É, e lá se foi mais uma semana...

19 de Março

Tudo pronto. Relógios acertados e sincronizados. Tudo que deve ser feito perfeitamente claro e memorizado. Não há espaços para falhas.
Descendo silenciosamente pelas correntes, jamais descalços, hábeis e cuidadosos, sob o olhar e coordenação atenta de quem detém o comando.
Ciclistas competindo em bicicletas ergométricas; pessoas, barulho, confusão. Inesperadamente e do modo mais sutil e despercebido que lhes foi possível em relação à multidão que os cercava, lentamente seis bicicletas descem de ré até seis reservados; na fração de segundo entre a entrada e a saída, bicicletas ocultas e uma nova vestimenta: podem sair em meio à multidão como simples meia dúzia de executivos.
O relógio está a seu favor, tempo nem sobrando nem faltando. Onde estará agora? Já deveria ter aparecido. Abordam pessoas na rua, como se vendendo ou oferecendo seus serviços, apenas para não levantar suspeitas quando fosse a pessoa certa. Mas onde estará? O tempo corre, não lhes é possível esperar. De todas as coisas que podem ser mudadas durante o percurso, a única que não se pode é o tempo. Este tem que ser exato e perfeito.
Seguem mais adiante, agora falta cada vez menos. Uma ligeira sensação de que o sucesso está por vir.
Na esquina, esperando pelo momento exato. Ônibus e mais ônibus passando, nenhum deles é o correto. De novo o relógio, começam a estar atrasados. Nada bom, nada bom. Duas pessoas estranhas se comunicando com outros dois deles. Parecem ser as pessoas certas, mas de alguma maneira invertidas. Isso! Seus papéis estão trocados, mas como isso foi acontecer? Como se, lendo um livro, pulasse duas ou três páginas sem perceber e a leitura tivesse prosseguido. Algo errado, mas agora parece que tudo vai se encaix...

Escuro. Silêncio.

Novamente ansiedade. Sentados no sofá da sala, tudo cor de creme, o beagle correndo. O grande relógio na parede parece não querer fazer o tempo passar. Tudo já conferido mais de dez vezes, os relógios estão sincronizados e perfeitamente acertados. Olhando para a varanda por onde descem as seis correntes, só à espera do sinal. Dessa vez não pode haver nenhum erro.
Mas como num rápido cochilo despercebido e inesperado, o sinal já passou e agora têm de correr contra o tempo. Está escuro, a pressa não ajuda; tudo dever ser feito no automático, não há tempo para pensar, o treinamento exaustivo e extremamente repetitivo vai ter de dar conta do recado. Um grito quase surdo: “Descalça! Descalça não! Volte, você está descalça!”. Não importa mais, ia ter que fazer descalça mesmo.
A competição nas bicicletas ergométricas já começou. Tomam seus lugares com uma habilidade incomum, mal pedalam três vezes e já é hora de descer para o reservado. Dessa vez, gravatas tortas e camisas com botões nas casas erradas. A grama verde sendo pisoteada pela multidão que os cerca, as grades em volta dos ciclistas... Meros flashes gravados em meio à confusão.
Não há muito tempo que possibilite esperar. A regra mais importante já quebrada; teriam que fazer alguma coisa a respeito, ou a punição seria severa. Já não via os companheiros, aparentemente estava sozinha. Teria que ir sozinha até o final.
A mesma esquina, mas agora alguém a abordou, não é a pessoa certa, insiste em falar e explicar, será que não percebe que só está atrapalhando? Tenta desvencilhar-se, mas essa missão parece impossível.
Finalmente vê as mesmas duas pessoas em seus papéis trocados. Estão em frente ao ônibus, dessa vez o ônibus certo, o trailler. Sim, agora sim! Os cabelos rosa e azul-turquesa não combinam em nada com o cenário sombrio. Aproxima-se cada vez mais, as mesmas páginas parecendo ter sido puladas, mas agora tudo se encaixaria, tudo se explicari...

E acordou.

Razão e Sensibilidade - Parte I

Não meu caros amigos, eu ainda não terminei o primeiro livro do Projeto Austen. Mas já passei da metade e tenho alguns comentários preliminares a fazer.

Primeiro: A tradução que eu peguei é excelente, exceto pelo título que consta como "Razão e Sentimento". Ok, ok, é parecido, mas é o tipo de coisa que deveria ter um título só, não acham? Fora que o título mais usado é bem mais chic.

Segundo: (vamos tentar sem mandar nenhum spoiller) eu estou meio decepcionadinha. Assim, tendo como base Orgulho e Preconceito, eu esperava mais dos personagens masculinos desse livro. Não precisava ser um Darcy, assim nem nada, mas poxa!, pelo menos um decente, né? Até agora, só um que mais ou menos possa valer a pena!

Foi engraçadíssimo, porque eu estava na biblioteca com a minha amiga, ela estudando e eu imersa no meu livro. Aí, cada vez que a situação ia piorando na história eu precisava parar e contar pra ela: "Lembra de tal coisa? Piorou!!". E ela (por pura amizade, confesso, ela não estava nem um pouco interessada na minha indignação, mas eu compreendo) me olhava com uma cara de "Puxa, que coisa, não? Mas, posso continuar estudando aqui, por favor? Vida Real?".

Enfim, vamos seguindo com essa história, que, apesar da falta de um bom personagem masculino, já me cativou! Em breve, mais notícias sobre o Projeto Austen : )

Caminhos

E a gente vai descobrindo os nossos próprios caminhos. Caminhos que escolhemos, caminhos que escolheram por nós, caminhos que tivemos que abrir à força ou os que já estavam prontos, só esperando que passássemos por eles.

Nem sempre eles nos levam aonde pretendíamos chegar quando iniciamos nossa caminhada. Mas talvez aí esteja toda a beleza: escolhemos os caminhos sem poder ter toda a certeza de pra onde eles vão nos levar. Certamente chegaremos a algum lugar, mais cedo ou mais tarde, mas, por mais que saibamos a direção, nem sempre sabemos onde essa estrada vai desembocar.

E pode ser que cheguemos exatamente onde pretendíamos. Ou que acabemos em um lugar completamente diferente, que a princípio não era nada daquilo que queríamos ou sonhávamos. Mas no fim das contas, se usarmos a bússola certa pra escolher em qual direção seguir, não importa aonde iremos parar, será sempre o melhor lugar pra se estar.


Hoje estou no meio da estrada. Mas tenho a certeza de que o meu Norte não vai falhar.

Projeto Austen

Bom, quem lê meu blog ou me conhece um pouquinho sabe que eu aaaamo "Orgulho e Preconceito", que, pra quem não conhece, é um livro da Jane Austen, autora britânica do fim do século XVIII, cujo tema preferido não era nada menos do que a sociedade inglesa de seu tempo.

Eu me apaixonei pelo estilo dela há uns 3 ou 4 anos e desde então O&P vai comigo a todo lugar, tem mil orelhinhas nos meus trechos favoritos, assisto o filme tipo, uma vez por mês, a trilha sonora tá sempre tocando... E aí, uma grande amiga minha alugou para assistirmos, "O Clube de Leitura de Jane Austen", filme de menininhas mesmo, rs, mas que me deixou com a vontadinha de ler todos os livros dela (que não são muitos, apenas 6).

E é aí que nasce o meu "Projeto Austen": ler a obra de Jane Austen até o final de Julho. E aí, você que me conhece me diz: "Ok Lívia, mas você lê feito um furacão, grande coisa". Grande coisa nada, alguns desses livros eu nunca nem vi em livraria ou biblioteca nenhuma, nem sei se já foram traduzidos. Portanto, o projeto inclui encontrar os seis livros. E, dependendo do meu poder aquisitivo do momento, quem sabe até ter todos eles pra mim?

E lóooogico que eu vou contando aqui os meus progressos e as minhas opiniões. Quem sabe não converto algum de vocês pro fã-clube da Jane Austen? E pra começar, já estou embarcada em "Razão e Sensibilidade"!

Era digital

Nossa, esse blog já estava criando teias de aranha. Mas, meus queridos leitores, eu tenho algumas jsutificativas, que incluem correria pré-acampa de carnaval, e ausência de internet em casa; mas já estou de volta à amada São Carlos e a vidinha universitária, portanto, post duplo!



Nessa correria toda de mudança e carnaval, internet foi quase zero. E aí, depois de quase duas semanas, lá vou eu abrir minha caixa de emails, orkut, twitter, facebook, blogs... É loucura, mas parece que fiquei um ano fora do mundo!

E aí, fiquei pensando o tanto de tempo que eu gasto com internet. E olha que eu nem sou tão assídua assim! Mas só pra pensar, cheguei em casa hoje às 18h. São 19:30 e eu ainda estou terminando de "ficar em dia". É tanta informação...

Mas acho que no final das contas, nasci na época certa. Por mais que eu ame ficar lendo Jane Austen (veja o próximo post, rs), sinceramente não consigo imaginar como era a vida sem tudo isso, hoje com o Google, você encontra tudo, resolve tudo... Só não gosto mesmo de como o que era pra aproximar as pessoas, acaba afastando... Hoje em dia, amizade é por facebook, conversa é por msn. Nesse ponto, sou conservadora, gosto do calor humano, olho no olho : )

Enfim, estou novamente conectada. E pronta pra trazer e dividir minhas novidades e projetos com vocês : )

Nega a si

E a nossa história vai mudando. Fazemos planos, sonhamos, desejamos. Mas nem sempre os nossos planos são os planos Dele. E esses sim, e somente esses, são os corretos.
Não é, mais uma vez, questão de "deixar a vida me levar", mas de estar aberto a mudar o que havia sido planejado. Não é fácil; pode doer - e muito. Mas no fim das contas, vale a pena.
"É assim que devia ser?". Vencer a si mesmo, escutar e seguir a resposta, mesmo e principalmente quando ela for o contrário do que queríamos. Negar a si mesmo e enxer-se daquilo que é bom, perfeito e agradável.
"O coração do homem traça seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Provérbios 16:9)
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Finais

Bom, férias não tem jeito, meu passatempo favorito é mesmo a leitura. Basta cair um livro na minha mão que eu não desgrudo do danadinho até a última página. Se for um bom romance então (romance de estilo literário não de romance romântico - embora eu adore o lado romântico também, rs), dois, três dias e lá se foi o livro.
E o último que eu terminei foi "Querido John" do Nicholas Sparks. Ah, todo mundo conhece alguma história dele, vai? "Um amor pra recordar", "Diário de uma paixão", "Noites de tormenta"... Enfim, o cara é uma máquina de escrever livros que viram adaptações pra Hollywood.
Ok, Lívia, mas e daí? E daí que eu não sei se gostei. Eu confesso: adoro um final feliz. E também gosto muito quando o final é fora do padrão "felizes para sempre". Só acho os finais das histórias dele meio esquisitos, sabe? É daqueles filmes que você chora o filme todo e aí no fim...nada. A melhor parte é o decorrer da história e não o final (meio Lost, se me permitem o comentário).
Mas pensando agora - momento filósofo aqui - a vida da gente é assim. O final todo mundo conhece, mas é no decorrer dela que vamos ter nossas tristezas, alegrias, os momentos de diversão, a convivência com pessoas... No fim das contas, o Sparks tem esse lado (sei lá se ele faz isso de propósito, mas posso interpretar a obra dele como quiser, certo?), o que vale é como se chegou até o fim e não o final em si. E, bom, o fim não é necessariamente o fim. O fim é mais um novo começo...
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PS: acho que consegui chegar até o final sem mandar nenhum spoiller ^^

Life I love is make music with my friends

Nos últimos tempos, uma das coisas que eu mais tenho repensado é a amizade. Ando meio que redescobrindo valores e significados, meios e modos, variáveis... A verdade é que já há muito sentia falta de algumas coisas, algumas pessoas, as melhores partes de algumas pessoas.
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É como eu escrevi outro dia, nem sempre aquelas pessoas estão ali, o tempo todo do seu lado. Outras estão lá, 5 dias por semana, 9 meses por ano. E é gostoso ir percebendo que essa diferença de "tempo" não interfere tanto assim. Conversas de dez minutos por msn, podem ser tão gratificantes quanto horas passadas numa sombra, jogando conversa fora.
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E tudo isso tem me deixado realmente feliz. Estou hoje mesmo partindo para uma maratona de momentos com algumas dessas pessoas queridas. Estou sentindo alegria, paz, estou me divertindo, estou vivendo. E isso basta.
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Ao som de NeverShoutNever!, indicação de um desses queridos amigos, que mesmo há muito tempo sem ver, têm lugar cativo. Valeu, Biel!

Arte de férias

Bom, eu tenho um gostinho por trabalhos manuais. E já que estou de férias, resolvi desenhar um pouco. E eu até que gostei do resultado? Vou compartilhar com vocês, espero que gostem : )


PS: Eu sei, de todas as pessoas do mundo, por que eu tinha que escolher justamente o filho da Fada Madrinha do Cabelo Sedoso com o Elvis Presley? Mas enfim, ele é bem bonitinho até... Menos nos filmes. E nas fotos esquisitas que ele tá com o cabelo arrepiado. Tá, ele é muito esquisito, mas de vez em quando ele é bonitinho ; )
PPS: a foto não ficou muito boa (não, não tenho scanner!!)...


PPPS: Tá, eu sei que tem alguém que vai perguntar: "Mas quem é?". É o Robert Pattinson, caso a parte do filho da Fada Madrinha do Cabelo Sedoso e do Elvis não tenha ficado clara, rs.

Lugar cativo

Alguns amigos tem lugar cativo no nosso coração.
Você não precisa vê-los ou falar com eles constantemente, mas quando isso acontece, é como se o tempo não tivesse passado.
Você sente um carinho especial por eles, se preocupa, fica feliz e triste com eles, mesmo à distância.
Você sempre vai sorrir ao ver a janelinha do msn deles subindo, mesmo que você não vá lá puxar assunto.
Você dá risadas sem motivo e passa horas junto com eles, e o assunto nunca acaba.
Você conhece todos os amigos deles, mesmo que nunca tenha visto nenhum.
Você simplesmente sabe, que não importa o que aconteça, eles vão estar lá pra você. E você vai estar lá pra eles.
Eu estarei aqui, pra cada um de vocês.

Três tempos

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Bruised but not broken. Não se deixar abater, não se deixar derrotar. Sair pra longas caminhadas, músicas nas alturas, relaxar... Não vai ser o suficiente pa derrubar. 365 dias pesados, 365 dias de coisas dando errado. Não o suficiente.
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Spinning, laughing, dancing. Mais 365 dias pelas pela frente. Sair pra futuras corridas, sem fugir dos próprios pensamentos. Divertir-se, mesmo se tudo der errado. Vão ter que fazer melhor que isso. Vou ter que ser melhor que isso.
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Amazing, just the way you are. Uma eternidade adiante. Sonhar, planejar, querer. Sair correndo em disparada, sem tempo nem destino, pela pura emoção. Ver e não ter nada que se queira mudar. Perfeição? Não, uma inundação de tudo o que se há de bom, de toda aquela paz...

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PS: peço perdão pelo meu momento Tumblr, eu juro que já pasou.